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Inclusão que Transforma: a História de Thifanny e sua Família no Espaço Comnvida
- 23 de abr. de 2025
- Natália Paris

Toda relação social — seja entre familiares, amigos, colegas de trabalho ou parceiros — depende de uma boa comunicação. Para pessoas surdas ou com deficiência auditiva, a principal forma de se comunicar é por meio da Língua Brasileira de Sinais, a Libras. Sem ela, é quase impossível aprender o português e participar plenamente da vida social e familiar.
E no Dia Nacional da Educação do Surdo, a gente traz a história de transformação que o Espaço Comnvida, do Instituto Otovida, proporcionou para o desenvolvimento da educação da Thifanny Bittencourt de Oliveira, de nove anos. Aos três, ela foi diagnosticada com perda auditiva bilateral profunda. Até então, seus pais não sabiam que ela nunca havia escutado o que diziam. Após o diagnóstico, começou a usar aparelho auditivo e, no Espaço Comnvida, passou a fazer aulas de Libras e Fonoterapia.
Michele dos Santos Bittencourt, mãe de Thifanny, conta que era difícil se comunicar com a filha antes do tratamento. “Às vezes, ela estava triste e eu não sabia o que estava acontecendo. Agora, ela consegue expressar o que sente. Depois que aprendemos Libras, a nossa relação mudou completamente. Ela passou a interagir muito mais. Se não fosse o projeto e o Espaço Comnvida, nós não saberíamos nada sobre a Tifany. Só tenho gratidão por essa oportunidade”, afirma Michele.
Além da Thifanny, Michele e seus outros dois filhos também participam do curso de Libras: Thuanny, irmã gêmea da Thifanny, e Jesus, de 11 anos. “A Thuanny, inclusive, dá um apoio essencial à irmã na escola. Muitas vezes, quando o professor intérprete não está presente, é ela quem ajuda a Thifanny na comunicação”, conta a mãe.
A coordenadora do Espaço Comnvida, Silvana Pires, conta que quando Thifanny chegou no Intituto Otovida, ela ouvia o que a mãe falava, por causa do aparelho auditivo, mas não compreendia. “A partir do momento em que começou a aprender Libras, teve um salto significativo no desenvolvimento cognitivo. Passou a se comunicar com mais clareza e demonstrou maior interesse nas aulas. Além disso, vimos uma reorganização no núcleo familiar, com laços mais fortalecidos”, destaca Silvana.
No Espaço Comnvida, a família recebe também apoio psicossocial. A fonoterapia, aauxili a Thifanny no desenvolvimento da fala e na adaptação ao aparelho auditivo. “Quando tivemos o diagnóstico, o médico disse que ela nunca falaria. Hoje, ela também se comunica oralmente, claro que do jeitinho dela. Nunca vou me esquecer do dia em que ela falou “mãe” e “pai”. Foi uma emoção indescritível, conta Michele, emocionada.
A convivência com o que ela chama de "mundo dos surdos" foi tão impactante que despertou em Michele um novo propósito: o de se tornar professora. Ela pretende cursar pedagogia e atuar como educadora de apoio em sala de aula, auxiliando alunos surdos. “Quero fazer isso por amor e pela necessidade que existe. Eu mesma senti na pele a dificuldade de conseguir um professor para a minha filha. Desejo contribuir com a inclusão social de outras crianças como a Tifany” finaliza.
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