Na manhã desta terça-feira (17), o Instituto Otovida promoveu, na sede da instituição em Florianópolis, o Dia “D” da Pessoa Idosa, em alusão ao Junho Violeta — mês de combate à violência contra a pessoa idosa. A ação reuniu informação, cuidado, escuta ativa e o anúncio de um novo espaço dedicado à promoção da saúde psicossocial de pessoas idosas com deficiência.

Durante o evento, foram distribuídos materiais informativos sobre os direitos da pessoa idosa, os tipos de violência que mais as afetam — como a negligência, violência patrimonial, psicológica e física — e sobre o idadismo, termo que define o preconceito e a discriminação com base na idade. Também foi divulgado o canal para denúncias, o Disque 100. Além do conteúdo educativo, o público participou de sessões de massagem e de uma dinâmica de escuta ativa conduzida pela psicóloga Nathalia Silveira e a assistente social, Jessica Cataneo: as pessoas idosas foram convidadas a trocar um bombom por uma boa lembrança.

“Esse gesto simples ajuda a trazer à tona memórias afetivas positivas, além de valorizar as experiências de vida de cada participante. Escutamos muitas histórias emocionantes.”, destacou a psicóloga Nathália Silveira.

“Muitos idosos enfrentam isolamento e silenciamento. Ouvir e acolher é uma forma de cuidado e resistência”, afirmou a assistente social Jessica Cataneo.

Espaço COMNVIDA 60+

Durante o encontro, o Instituto também apresentou o Espaço COMNVIDA 60+ — Dignidade, Respeito, Autonomia e Acolhimento, programa gratuito que iniciará em julho com atendimentos quinzenais voltados a pessoas idosas com deficiência. O espaço terá como foco dinâmicas de grupo, práticas de convivência, estimulação cognitiva e fortalecimento da autoestima.

“Queremos oferecer não apenas informação, mas uma rede de apoio que realmente acolha. Um espaço onde a pessoa idosa possa se sentir vista, escutada e respeitada”, reforçou Jessica Cataneo.

“Nosso objetivo é construir dentro desse coletivo um senso de pertencimento e identificação, trabalhando a autonomia desses usuários, desenhando novas perspectivas e contribuindo para que eles retornem aos ambientes sociais e familiares mais ativos e conscientes de suas próprias habilidades,” completou Nathália Silveira.

Violência contra a pessoa idosa: um cenário alarmante

A realização da ação também é um alerta diante dos dados preocupantes de violência contra pessoas idosas no Brasil. Segundo a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, apenas em 2023 foram registradas mais de 143 mil denúncias — 50 mil a mais que no ano anterior. Entre 2020 e 2023, o total chegou a 408 mil ocorrências.

Em Santa Catarina, só no primeiro semestre de 2024, 943 inquéritos de crimes contra pessoas idosas estavam em andamento na Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso.

Esse cenário reforça a urgência de ampliar redes de proteção e implementar políticas públicas que garantam segurança, dignidade e qualidade de vida para quem envelhece.